Anne Frank, a jovem judia que ficou famosa após a morte, quando os seus diários foram publicados, faria 80 anos este mês se tivesse sobrevivido à Segunda Guerra Mundial
Para marcar a data, o Anne Frank Trust-UK, da Grã-Bretanha, divulgou uma fotografia de como seria o rosto dela no aniversário, no dia 12 de junho.
Ao divulgar a foto, Anne Frank Trust-UK quer chamar a atenção para os milhões de jovens que morrem vítimas de guerras e perseguições.
«Infelizmente só podemos imaginar como a vida dela teria sido», disse a directora executiva do Trust, Gillian Walnes.
Nota Histórica
Anne Frank tinha uma irmã Margot Frank (16 de Fevereiro de 1926 – Março de 1945). Ela e a sua família, (Edith, Margot e Otto Frank), juntamente com mais quatro pessoas, (Peter, Dussel,sr. e sra. Van Daam) viveram 25 meses, durante a Segunda Guerra Mundial, num anexo de quartos por cima do escritório do pai dela, em Amsterdão, nos Países Baixos, denominado Anexo Secreto. Enquanto vivia no Anexo Secreto, Anne escrevia em seu diário (que foi presente de aniversário), a que ela deu o nome de Kitty.Também houve alguns indícios de que o diário podia ter o nome de “Finho”, ou “Assurbanipal”. No diário escrevia o que sentia, pensava e o que fazia. Kitty e, logo depois Peter eram seus únicos amigos dentro do Anexo Secreto. Os longos meses de silêncio e medo aterrorizante, acabaram ao ser denunciada aos nazis e deportada para campos de concentração nazis.
Primeiro foi levada juntamente com a família para uma escola e depois para Westerbork, nos Países Baixos, antes de serem deportados para o leste da Europa. Anne Frank foi deportada inicialmente para Auschwitz, juntamente com os pais, irmã e as outras pessoas com quem se refugiava na casa de Amesterdão (hoje casa-museu). Depois levaram-na para Bergen-Belsen, juntamente com a irmã, separando-a dos pais. Em 1945, nove meses após a sua deportação, Anne Frank morre de febre tifoide em Bergen-Belsen. A irmã, Margot Frank, tinha falecido também vítima da mesma doença e da subnutrição dias antes. A sua morte aconteceu duas semanas antes de o campo ser libertado e pouco antes do fim da guerra. O seu diário, guardado durante a guerra por Miep Gies (secretária), foi publicado pela primeira vez em 1947. O diário está actualmente traduzido em 68 línguas e é um dos livros mais lidos do mundo.
Hoje sabe-se que algumas partes foram acrescentadas ao diário após a guerra, pois um exame indicou vestígios de caneta esferográfica no mesmo. O local onde a família de Anne Frank e outras quatro pessoas viveram para se esconder dos nazistas ficou conhecido como Anexo Secreto e tornou-se um famoso museu após a publicação do diário. Aí há uma reprodução das condições em que os moradores do Anexo Secreto viviam e é apresentada a história de seus oito habitantes e das pessoas que os ajudaram a se esconder durante a guerra. Um dos itens apresentados ao público é o diário escrito por Anne, que viria a tornar-se mundialmente famoso após sua morte, devido a iniciativa de seu pai, Otto, de publicá-lo. Hoje, é um dos mais famosos símbolos do Holocausto. Dos oito habitantes do Anexo, o único sobrevivente após a guerra foi Otto, pai de Anne Frank.
Fotografias (da esquerda para a direita): Estatua de Anne Frank em Westerkerk, Amsterdão; Anne Frank retratada num selo Alemão; Bergen-Belsen.